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Parte IV – Problemas clínicos
4.10. Abordagem da mulher com problemas da mama e aparelho genital

336. Abordagem da mulher após aborto
Rosa Paiva da Cunha Pires
Maria da Luz R. Loureiro Amorim

Documento de trabalho
última actualização em Dezembro 2000

Contacto para comentários e sugestões: Pisco, Ana Maria


Para a maior parte das mulheres a gravidez tem um significado intenso na sua vida e a perspectiva de perder o bebé provoca ansiedade, stress e tristeza. Nas situações de muito stress, são mais acentuadas as formas depressivas e de ansiedade, acompanhadas por sentimentos de culpa e de preocupação com o seu futuro reprodutivo. A maior intensidade de sentimentos verifica-se na mulher que deseja fortemente a gravidez, que esperou muito para a alcançar, não tem filhos ou teve abortos sucessivos. Avaliação de satisfação efectuadas em mulheres pós-aborto revela uma alta percentagem de revolta para com o tratamento médico. As principais queixas são falta de sensibilidade médica e falta de oportunidade para discutir o significado pessoal de perda.
A satisfação é maior quando é logo realizada uma consulta de «follow-up» para discussão de perda, onde são postas as questões do porquê e qual a orientação a seguir.
A abordagem essencial à mulher no pós-aborto é de suporte psicológico e emocional no sentido de:
1. Facilitar o sentimento de auto-estima;
2. Modificar os sentimentos de culpabilidade;
3. Fomentar o papel do cônjuge como suporte emocional;
4. Apoio espiritual nas mulheres crentes incluindo a realização de cerimónia fúnebre ao seu bebé;
5. Envio para centro especializados para realização de exames complementares de diagnóstico para rastreio de anomalias físicas, genéticas, endócrinas e infecciosas que condicionam o aborto espontâneo.
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Bibliografia
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