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Documento
de trabalho última actualização em Dezembro 2000 |
Contacto para comentários e sugestões: Pisco, Ana Maria |
A mama repousa pela face posterior sobre o tórax, estando a sua face anterior ligada ao revestimento cutâneo por fibras conjuntivas, as cristas de Duret, cujo conjunto constitui o ligamento de Cooper. Está incluída em tecido adiposo, cuja abundância varia com a idade e ocupa preferencialmente a região posterior (retro-mamária - bolsa adiposa de Chassaignac) e a região anterior (sub-dérmica). Está ligada ao mamilo pela parte terminal dos canais galactóforos, que se encontram envolvidos por tecido conjuntivo. Por vezes prolonga-se para a axila (prolongamento axilar), seguindo o bordo do grande peitoral, outras vezes para a região esternal e/ou subclavicular. Com base nestes elementos anatómicos, a mamografia, base da imagiologia mamária actual, terá obrigatoriamente que abranger toda a glândula, o que só se verifica se, sobretudo na incidência oblíqua externa (vulgo perfil) se definir o músculo grande peitoral, com o seu bordo inferior visível até à linha mamilar. Devido à heterogeneidade glandular, a mamografia de qualidade é sempre "sobre-exposta", não se visualizando geralmente a pele (excepto nas mamas adiposas). Isto implica que observação mamográfica deverá ser efectuada em negatoscópios apropriados (alta intensidade luminosa). O plano de exposição dos mamilos deverá ser sempre tangencial, quer na incidência oblíqua externa, quer na cranio-caudal. Estas duas projecções são a base da mamografia, mas deverão ser complementadas, sempre que necessário, com incidências localizadas, macroradiografias e incidências para os prolongamentos axilares, quer quando se verifica a existência de tecido ectópico axilar, quer devido à presença de adenopatias ou situação de suspeita de cancro da mama respectiva (estadiamento loco-regional). As incidências mamográficas, não são perpendiculares entre si, sendo a incidência cranio-caudal efectuada na projecção respectiva e a oblíqua externa obtida a 60 graus. Como complemento da mamografia é utilizada a ecografia. No grupo etário inferior a 30 anos, o exame de 1ª linha é a ecografia, podendo em alguns casos, ser complementado com a mamografia. Nas mulheres com mais de 30 anos o primeiro exame a pedir é a mamografia, que é frequentemente complementada com ecografia. No entanto há excepções: em jovens com idade inferior a 20 anos, com mamas adiposas, o estudo mamográfico poderá ser o exame de primeira escolha. Quando são necessários outros estudos complementares (galactografia, quistografia gasosa, macroradiografias) devem ser efectuados de imediato, pelo mesmo especialista. 1 Aparelhos e Materiais Actualmente utilizam-se mamógrafos de alta-frequência, com compressão automática e «chassis» com «écrans» terras raras e películas ultrassensíveis, que permitem no conjunto obter exames de qualidade, com diminuição da dose de radiação fornecida em cada exposição. A mamografia digital, já disponível na clínica, não tem aplicação prática em estudos de rotina. A ecografia utiliza sondas de alta-frequência, no mínimo 7,5 MHZ, mas actualmente preferem-se frequências de 10 MHZ ou mais elevadas. As punções guiadas podem ser efectuadas orientadas pela estereotaxia (aparelho apropriado ou acoplado ao mamógrafo) ou pela ecografia. A escolha do método é da responsabilidade do técnico responsável (radiologista) e depende sobretudo da boa visualização pelo meio imagiológico respectivo sendo, sempre que possível, preferível a utilização da ecografia (doente em decúbito e não utilização de radiações). 2 Semiologia imagiológica Mamografia Tipo I -
Anelares ou lobulares e/ou em taça que não apresentam qualquer índice
de malignidade. Além da forma das microcalcificações, é igualmente importante o modo da sua distribuição: 1 -
Unilaterais, agrupadas e únicas, têm sempre significado patológico com
maior ou menor grau de suspeição, consoante o tipo de microcalcificações. Microcalcificações
de tipo II e de tipo III e de localização lobular relacionam-se
geralmente com doenças benignas; se têm distribuição ductal, o número
e forma são particularmente importantes para a sua análise. 1 - Mamas
com próteses. |