O síndrome nefrótico é no adulto, classicamente caracterizado por
proteinúria superior a 3.5g/1.73m2/24h, hipoalbuminemia, hiperlipidemia e
edema. No entanto, actualmente a presença isolada de proteinúria maciça
passou a definir o síndrome, o qual é referido por outros autores como
um síndrome proteinúrico hipoproteinémico com edema.
A membrana capilar glomerular, apesar da sua grande permeabilidade, tem um
alto grau de selectividade para os tamanhos das moléculas que passam
através dela, sendo quase completamente impermeável a todas as proteínas
plasmáticas com dimensões superiores à da albumina. As duas razões
para esta selectividade são as dimensões dos poros e a carga electrostática
negativa da membrana basal glomerular. Qualquer doença que afecte a
morfologia, ou a carga electrostática negativa da membrana glomerular,
altera a permeabilidade da membrana e pode vir a originar síndrome nefrótico,
variando o prognóstico e o tratamento conforme a glomerulopatia que o
originou.
O síndrome nefrótico pode ser idiopático ou secundário. O Quadro I
indica os diversos tipos de doenças glomerulares primárias que podem
originar síndrome nefrótico. Um vasto leque de doenças, das quais
salientamos, diabetes mellitus, amiloidose, glomerulonefrite pós-estreptocócica,
infecção por HIV, hepatite B, malária, consumo de heroína,
anti-inflamatórios não esteróides, linfomas, outras neoplasias, lupus
eritematoso sistémico, púrpura de Henoch-Schönlein, rejeição crónica
de transplante renal, podem originar síndrome nefrótico secundário.
8
Quadro I
Doenças
glomerulares primárias que causam síndrome nefrótico
|
1.
Doença de lesão mínima * |
2.
Glomeruloesclerose focal e segmentar |
3.
Glomerulonefrite mesangial proliferativa |
4.
Glomerulonefrite membranosa |
5.
Glomerulonefrite membrano-proliferativa
5.1 Tipo I
5.2 Tipo II
5.3 Outras |
6.
Outras lesões raras † |
*A mais comum nas crianças
† Glomerulonefrites: Crescêntica Focal e Segmentar Proliferativa e
Imunotactoide
A diabetes
mellitus é a causa mais comum de proteinuria nefrótica. No adulto seis
entidades são responsáveis por mais de 90% dos casos de síndrome nefrótico:
doença de lesão mínima, glomerulosclerose focal e segmentar,
glomerulopatia membranosa, nefropatia diabética e amiloidose.
Nas crianças com síndrome nefrótico a biópsia é habitualmente dispensável,
porque na sua grande maioria é provocado por doença de lesão mínima, a
qual responde bem ao tratamento com glucocorticoides.
A resolução do diagnóstico diferencial é geralmente feita pelo
nefrologista ou nefro-patologista, contudo os médicos de clínica geral
devem estar aptos a reconhecer os sinais e sintomas de doença glomerular,
bem como, formular um diagnóstico diferencial, de modo a referenciarem à
nefrologia e com a rapidez necessária, os doentes que necessitem de
cuidados no âmbito daquela especialidade.
1
Manifestações Clínicas
A proteinúria é superior a 3.5 gramas nas 24 horas e resulta das alterações
na permeabilidade da membrana glomerular, sendo mais ou menos selectiva
conforme a glomerulopatia que a originou. O aumento das perdas urinárias
das proteínas, coadjuvado pelo aumento do seu catabolismo renal e por uma
inadequada síntese hepática concorre para a presença de
hipoproteinemia. A electroforese das proteínas plasmáticas revela
diminuição dos níveis de albumina e aumento das alfa e beta globulinas.
Estrias brancas aparecem nas unhas relacionadas com a hipoproteinemia. O
aparecimento do edema nos nefróticos ainda não está completamente
esclarecido, mas pensa-se que a hipoproteinemia provoca diminuição da
pressão oncótica plasmática, favorecendo a passagem de fluido
extra-celular do sangue para o interstício; o volume intra-vascular
diminui, estimulando assim, o sistema renina-angiotensina-aldosterona e o
sistema nervoso simpático, com libertação de vasopressina e supressão
da libertação do péptido natriurético, que provoca retenção renal de
água e sódio. Em alguns casos a hipótese anterior não explica o
aparecimento do edema, sugerindo que a retenção primária de sal e água
também contribui para a formação de mesmo.
O edema na fase inicial da doença aparece em zonas restritas,
caracterizando-se por ser matinal à volta dos olhos, vespertino nos
tornozelos ou ser precoce na região dorsal e sagrada nos doentes
acamados. Conforme o edema progride os membros inferiores podem ficar
edemaciados até à virilha, havendo por vezes edemas genitais severos em
ambos os sexos e muitas vezes os doentes entram em anasarca. O edema é
normalmente mole, mas se persiste muito tempo torna-se duro, em especial
nas pernas, sendo frequente causar o aparecimento de estrias na pele. Com
o aumento do edema pode aparecer ascite ou derrame pleural, sendo este
habitualmente bilateral, e muitas vezes hepatomegália, especialmente nas
crianças. No Quadro II observam-se os sintomas e sinais mais frequentes
no síndrome nefrótico.
9
Quadro II
Manifestações
clínicas mais frequentes no síndrome nefrótico
|
Edema
peri-orbitário matinal, vespertino nos membros inferiores
Edemas genitais graves
Edemas na região dorsal e sagrada nos acamados
Anasarca
Estrias brancas nas unhas
Estrias na pele em especial nos membros inferiores
Ascite, derrame pleural, hepatomegália
Xantomas |
As
causas do aumento dos lípidos plasmáticos no síndrome nefrótico ainda
não estão completamente esclarecidas, mas um aumento na produção e um
menor catabolismo de lipoproteínas parecem estar presentes. A
hiperlipidemia manifesta-se por níveis de colesterol total e colesterol
LDL aumentados, estando também elevados os colesterol VLDL e os
trigliceridos nos casos de doença grave. Quando a hiperlipidemia é
importante podem aparecer xantomas à volta dos olhos e noutros locais da
pele. Há também lipiduria, traduzindo-se pela presença de colesterol,
fosfolipidos, ácidos gordos livres e trigliceridos na urina dos nefróticos.
Em consequência das perdas urinárias de proteínas de ligação, os níveis
plasmáticos de muitos iões (ferro, cobre e zinco), vitaminas
(metabolitos da vitamina D), hormonas (hormona tiroideia e estrogéneos),
e drogas são baixos. Assim, nestes doentes poderá existir uma anemia
microcítica hipocrómica resistente à terapêutica com ferro pelo facto
de haver perda urinária de transferrina. Pode observar-se níveis de
tiroxina baixos por perda da globulina de ligação da tiroxina, tal como
hiperparatiroidismo por deficiência da vitamina D em consequência da
perda da proteína de ligação do calciferol, ou ainda diminuição do
zinco e cobre plasmáticos.
Muitos fármacos ligam-se à albumina, estando a sua farmocinética
alterada nos doentes com síndrome nefrótico. A hipoalbuminemia reduz o número
de locais disponíveis para ligação e aumenta a proporção de droga
livre podendo atingir níveis tóxicos. O Quadro III indica as principais
alterações laboratoriais do síndrome nefrótico.
10
Quadro III
Alterações
laboratorais no síndrome nefrótico
|
Proteinuria
> 3.5g/24horas
Hipoalbuminemia
Colesterol total e colesterol LDL elevados
Colesterol VLDL e trigliceridos elevados
Lipiduria
Fibrinogéneo aumentado
Factores V, VII, X aumentados
Antitrombina III baixa
Anemia microcítica hipocrómica
Níveis plasmáticos de ferro, cobre e zinco baixos
Deficiência de vitamina D
Hormona tiroideia e estrogéneos baixos |
Os doentes
nefróticos apresentam hipercoagubilidade, permanecendo por esclarecer
exactamente quais as alterações que são as principais precipitantes da
tendência aumentada para o tromboembolismo que estes doentes apresentam.
Pensa-se que a origem é multifactorial e pelo menos causada em parte por
aumento das perdas urinárias de antitrombina III, níveis e/ou actividade
alteradas das proteínas C e S, hiperfibrinogenemia devida ao aumento da síntese
hepática, fibrinólise lesada e aumento da agregação plaquetária. Esta
hipercoagubilidade proporciona complicações trombo-embólicas em alguns
doentes, como trombose arterial ou venosa periférica, trombose da veia
renal ou embolia pulmonar. Quando há edema assimétrico dos tornozelos
deve suspeitar-se de trombose venosa profunda. O inicio súbito de dor no
flanco ou abdominal, hematuria macroscópica, varicocelo à esquerda,
proteinuria aumentada e declínio agudo da taxa de filtração glomerular
sugere a ocorrência de trombose aguda da veia renal. Os doentes nefróticos
apresentam uma maior susceptilidade para as infecções bacterianas que
tem sido relacionada com a diminuição de IgG por perdas urinárias e
pelo aumento do catabolismo. A incidência de infecções bacterianas é
alta, especialmente em crianças, das quais destacamos a peritonite, a
qual se poderá complicar com hipotensão, shock, insuficiência renal
aguda e por vezes coagulação intravascular disseminada. Pode aparecer
celulite em especial nos nefróticos com edemas muito severos, a maior
parte à volta das perfurações na pele (espontâneas ou por punções
venosas). O Quadro IV indica as complicações que podem ocorrer nos
doentes nefróticos.
11
Quadro IV
Complicações
do síndrome nefrótico
|
Trombose
arterial ou venosa dos membros inferiores
Trombose da veia renal
Embolia pulmonar
Infecções bacterianas
Celulite
Insuficiência renal aguda
Insuficiência rena crónica |
A
relação entre as infecções virais e o síndrome nefrótico é
interessante. O síndrome nefrótico por doença de lesão mínima muitas
vezes segue-se a uma infecção do tracto respiratório superior, por
outro lado, o sarampo pode levar à sua remissão. No entanto em doentes
sob terapêutica com corticóides ou agentes citotóxicos, tanto o sarampo
como a varicela podem ser um perigo sério.
2
Doença de Lesão Mínima
É a causa mais comum de síndrome nefrótico nas crianças, com a incidência
máxima entre os 6 e os 8 anos, enquanto nos adultos apenas representa
20%de todas as glomerulopatias. A sua etiologia é desconhecida e a grande
maioria é idiopática. Manifesta-se habitualmente por edema de inicio súbito,
podendo ser maciço. A proteinuria é muito selectiva (contem as proteínas
plasmáticas mais pequenas, especialmente albumina) comparativamente com
as outras causas de síndrome nefrótico. Ao microscópio óptico a doença
de lesão mínima apresenta uma histologia glomerular normal, enquanto ao
microscópio electrónico pode observar-se apagamento difuso dos podócitos.
Os estudos de imufluorescência são negativos. Nas crianças
habitualmente só se faz biópsia renal se há uma inadequada resposta à
terapêutica.
Mais de 90% das crianças com doença de lesão mínima entram em remissão
do seu síndrome nefrótico até ás oito semanas de tratamento com
corticosteróides, enquanto os adultos não respondem tão bem ao
tratamento necessitando de dezasseis a vinte semanas para a remissão. O
tratamento com agentes citotócicos está indicado em doentes que
recidivam frequentemente, ou que não respondem, ou não podem ser
tratados com altas doses de glucocorticoides. A progressão para insuficiência
renal é excepcional.
3
Glomerulosclerose Focal e Segmentar
Pode ser idiopática ou secundária a causas como obesidade maciça, redução
da massa renal congénita ou adquirida, abuso intravenoso de drogas, entre
outras.
A forma idiopática é responsável por cerca de 20% dos síndromes nefróticos
nas crianças e adultos. O diagnóstico é feito pela biópsia renal,
sendo a característica histológica uma esclerose com hialinose que
afecta alguns glomérulos (focal) e alguns segmentos (segmentar) de cada
glomérulo afectado. Evolui para insuficiência renal crónica após cinco
a dez anos de diagnóstico. Nenhuma terapêutica provou ser benéfica, mas
tratamento com prednisona, pode ser apropriado numa tentativa de reduzir a
proteinuria e atrasar a progressão para insuficiência renal crónica.
Alguns autores recomendam a combinação de glucocorticoides e agentes
citotócicos para induzir a remissão.
4
Glomerulonefrite Proliferativa Mesangial
Comporta 5 a 10% dos doentes com síndrome nefrótico. A biópsia renal
mostra aumento difuso da celularidade glomerular essencialmente por
proliferação de células mesangiais e endoteliais e ainda infiltração
por monocitos. A proteinuria persistente indica prognóstico reservado e
muitos doentes evoluem para insuficiência renal terminal em dez a vinte
anos.
5
Glomerulopatia Membranosa
Constitui a causa mais comum de síndrome nefrótico idiopático nos
adultos, à volta de 40%, sendo rara nas crianças. É mais frequente no
homem. O seu diagnóstico só pode ser efectuado por biópsia renal, que
ao microscópio óptico nos casos recentes nada revela, mas, mais
tardiamente permite observar espessamento difuso da membrana basal
glomerular sem hipercelularidade. Estas alterações na membrana basal são
causadas por depósitos sub-epiteliais de imunocomplexos. A patogenia da
forma idiopática não está esclarecida, no entanto a presença de depósitos
imunes que contêm IgG e C3 sugere um processo imune. A evolução clínica
da glomerulopatia membranosa idiopática é variável, com cerca de um terço
dos doentes a sofrer remissão espontânea, um terço mantém proteinúria
persistente mas não desenvolve insuficiência renal e um terço atinge
insuficiência renal em 5 a 10 anos.
Na maioria dos doentes a proteinuria é geralmente não selectiva, havendo
hematúria microscópica em 50% dos casos. Aproximadamente um terço dos
casos nos adultos são provocados por glomerulopatia membranosa secundária
a doenças sistémicas auto imunes (lupus eritematoso sistémico), infecções
(hepatite B, hepatite C), neoplasias, ou a medicamentos (ouro,
penicilamina).
São sinais de mau prognóstico o sexo masculino, a idade avançada, a
hipertensão, a proteinúria persistente e a hiperlipidemia graves, bem
como o compromisso da função renal.
Não há consenso na terapêutica mais correcta, no entanto, há uma
abordagem comum ao reservar a terapêutica agressiva para os casos com
factores de risco para a progressão para insuficiência renal. Há
estudos que consideram haver benefícios no uso de agentes citotócicos.
6
Glomerulonefrite Membrano-proliferativa
É rara sendo responsável por menos de 5% do síndrome nefrótico,
podendo ser dividida em duas categorias patológicas que não têm relação
patogenética: tipo I e tipo II. Ambas mostram ao microscópio óptico
espessamento das paredes capilares e hipercelularidade glomerular. A
microscopia electrónica revela que na tipo I o espessamento da parede
capilar é causado por depósitos sub-endoteliais e mesangiais de
complexos imunes, enquanto na tipo II os depósitos são densos
intramembranosos. Tanto a glomerulonefrite membrano-proliferativa tipo I,
como a tipo II manifestam-se por uma mistura de características nefróticas
e nefríticas. Deve colocar-se esta hipótese diagnóstica se à clínica
estiver associada a diminuição dos níveis de complemento. A tipo I pode
ser idiopática ou secundária a crioglobulinemia, hepatite C ou
neoplasias. A tipo II pode estar associado a lipodistrofia parcial. A
glomerulonefrite membrano- proliferativa progride lentamente para insuficiência
renal e nenhuma terapêutica mostra ser benéfica.
7
Tratamento
Como o síndrome nefrótico pode ser uma manifestação duma doença
glomerular primária ou estar associado a uma doença sistémica, o seu
tratamento inclui o da doença subjacente, o tratamento sintomático e
medidas gerais para controlar as complicações, mas, todos os doentes
devem ser referenciados ao nefrologista.
Medidas inespecíficas para reduzir a proteinúria consistem em restrição
proteica na dieta, utilização de inibidores do enzima de conversão da
angiotensina e de anti-inflamatórios não esteróides. A restrição
proteica deve ser moderada (0.5- 0.6g/kg/dia) e o total de proteínas
ingeridas na dieta deverá substituir as perdas proteicas urinárias de
modo a evitar o balanço negativo, pois, muitas vezes a malnutrição
proteica ocorre com proteinuria superior a 10g/dia. Para controlar o edema
faz-se uma restrição de sal (2 a 3 g/dia) e uso cuidadoso de diuréticos
de modo a não se provocar a uma diminuição severa do volume
intravascular com diminuição da perfusão renal. Utiliza-se
habitualmente diuréticos de ansa só ou em associação com tiazidas.
Deverá ser efectuada restrição de alimentos ricos em colesterol e
gorduras saturadas, e a prática de exercício físico para controlo da
hiperlipidemia. A terapêutica com mais sucesso é a efectuada com
inibidores HMG-CoA, no entanto, a eficácia a longo prazo da utilização
de estatinas ainda não está comprovada no síndrome nefrótico.
Se ocorrem complicações tromboembólicas faz-se anti-coagulação com
heparina, seguida de varfarina a longo prazo.
12
Bibliografia
Brady HR, O'Meare, Brenner BM. The Major Glomerulophaties.
In: Fauci, Braunwald, Isselbacher, Wilson, Martin, Kasper, Hauser, Longo,
editors. Harrison's Principles of Internal Medicine. 14th ed. New York:
McGraw-Hill,Inc.; 1998. p. 1540-4.
Cameron JS. The Nephrotic Syndrome. In: Oxford Textbook of Clinical
Nephrology [edição em CD-ROM]. Davison A, Cameron JS, Grunfeld JP, Kerr
DNS, Ritz E, Wineards CG, producers. 2nd ed. Version 1.0. Oxford: Oxford
University Press; 1998.
Coe LF, Brenner BM. Approach to the patient with diseases of kidney and
urinary tract. In: Fauci, Braunwald, Isselbacher, Wilson, Martin, Kasper,
Hauser, Longo, editors. Harrison's Principles of Internal Medicine. 14th
ed. New York: McGraw-Hill,Inc.; 1998. p. 1496.
Coyne DW. Renal diseases. In: Carey CF, Lee HH, Woeltje, editors. The
Washington Manual of Medical Therapeutics. 29th ed.
Philadelphia:Lippincott-Raven Publishers; 1998. p. 227-43.
Gansevoort RT, Sluiter WJ, Hemmelder MH, de Zeeuw D, Dejong PE.
Antiproteinuric effect of blood-pressure-lowering agents: a meta-analysis
of comparative trials. Nephrology, Dialysis, Transplantation 1995:
1963-74.
Hogan SL, Muller KE, Jennette JC, Falk RJ. A review of therapeutic studies
of idiopathic membranous glomerulopathy. American Journal of Kidney
Diseases 1995: 862-75.
Imperiale TF, Goldfarb S, Berns JS. Are cytotoxic agents beneficial in
idiopathic membranous nephropathy? A meta-analysis of the controlled
trials. Journal of the American Society of Nephrology 1995: 1553-58.
Jennette JC, Falk RJ. Diagnosis and management of glomerular diseases.
Medical clinics of North America 1997: 653-77.
Kuhn
K, Haas-Wöhrle A, Lutz-vorderbrügge A, felten H. Treatment of severe
nephrotic syndrome. Kidney International 1998: S-50-52.
Massy ZA, Ma JZ, Louis TA, Kasiske BL. Lipid-lowering therapy in patients
with renal disease. Kidney International 1995: 1888.
Orth SR, Ritz E. The Nephrotic Syndrome. The New England Journal of
Medicine 1998: 1202-11.
Pedrini MT, Levey AS, Lau J, Chalmers TC. The effect of dietary protein
restriction on the progression of diabetic and nondiabetic renal disease:
a meta-analysis. Annals of Internal Medicine 1996: 627-32.
Watnick S, Morrison G. Nephrotic Syndrome. In: Tierney LM, Maphee SJ,
Papadakis, editors. Current Medical Diagnosis and Treatment. 38th ed.
Stanford: Appleton & Lange; 1999. p. 884 -8. |