Ainda a história das “Guidelines” …segunda volta!

 

A propósito de “Clinical guidelines at stake” de Antonio Sitges-Serra publicado no Journal of Epidemiology and Community Health Journal

E porque é que com o paciente multimórbido ali à nossa frente muitas vezes a guideline não é praticável, a Medicina Baseada na Evidência não nos responde e a Norma de Orientação clínica pode ser um empecilho…

First, because in many domains, such hard, class A data are not available in many instances.

Second, the robustness of the data may be challenged by new findings.

Third, because the clinical setting is much more complex than the scenario created by clinical trials that, in order to obtain meaningful conclusions, oversimplify the decision-making process through strict inclusion and exclusion criteria.

Fourth, because the acquisition and implementation of new knowledge is a difficult multilevel process, involving researchers, sponsors, publications and expert criticism. Fifth, because scientific advance is fragmentary, whereas clinical practice is an integrative endeavour.”

Ou seja tal como dizia no início do anterior texto, “Mas também tenho a noção de que tal disponibilização se mal feita, ou bem orientada, pode ser de alguma forma perversa.”

Conseguimos nós ter acesso em cada consulta de tempo limitado a todas as normas, guidelines e outros textos, conseguimos nós ter a capacidade de ter imediato acesso online ao que está a acontecer, temos nós o tempo e a hipótese de escrever o porquê de não cumprirmos os ditames… E se cumprirmos tudo e aplicarmos todos os mais recentes conhecimentos, que ainda aguardam serenamente que o paradigma seja provado e houver um problema, defendem-nos os nossos superiores? É possível mas já andámos na lama… Hoje bestial e amanhã uma besta…

Voltaremos ao tema.

Luiz Miguel Santiago

MD, Médico de Família na USF Topázio

PhD, FCS da Universidade da Beira Interior

 

 

 

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