Por Joana Costa, IFE MGF, UCSP Póvoa de Santa Iria
O NICE publicou recentemente uma actualização das orientações clínicas sobre a abordagem da perturbação generalizada da ansiedade (PGA) e do pânico nos adultos (com ou sem agorafobia). As recomendações relativas à PGA sofreram alterações; contudo, as referentes à perturbação de pânico permanecem inalteradas.
As orientações clínicas recomendam um plano de acção na PGA por etapas:
Etapa 1 – Todas as formas de apresentação e casos suspeitos de PGA
– Identificação e avaliação, educação e vigilância activa
Etapa 2 – PGA diagnosticada que não melhorou com as intervenções da etapa 1
– Intervenções psicológicas de baixa intensidade
Etapa 3 – PGA com incapacidade funcional ou que não melhorou após a etapa 2
– Oferecer uma intervenção psicológica intensiva individual (terapia cognitivo-comportamental ou de relaxamento) ou tratamento farmacológico.
– Se a última for a opção, deve-se optar inicialmente por inibidor selectivo da recaptação da serotonina. Apesar de a sertralina não estar formalmente licenciada para a PGA, o NICE aconselha o seu uso, com algumas ressalvas, dado que é o fármaco mais custo-efectivo.
Etapa 4 – PGA refractária ao tratamento e com alto marcada incapacidade funcional ou alto risco de auto-mutilação
– Referenciar para a especialidade
De notar que:
– O tratamento farmacológico não está recomendado nas etapas 1 e 2.
– As benzodiazepinas não devem ser instituídas quer pelos cuidados primários quer pelos secundários, excepto como tratamento de curto prazo durante as crises.
– Os antipsicóticos não devem ser instituídos pelos cuidados primários no tratamento da PGA.
Artigos originais: