Teresa Libório

Leituras médicas: Método Estivill – “Um guia prático para os pais ensinarem os filhos a dormir” por Eduard Estivill, Publicações Dom Quixote, 2007

Curiosamente, nos últimos tempos, muitos têm sido os paisque nos põem, na consulta, o problema da falta de descanso na famíliaprovocada pelo filho que dorme mal.

Como costumo dizer, apesar do meu agnosticismo, tenho um“anjinho da guarda” muito meu amigo e assim um destes dias, encontrei naRTP 2, um menino doce, que há uns já “larguitos” anos observei umanoite, no serviço de urgência do Hospital de Cascais, a fazer umaentrevista a um senhor de que nunca ouvira falar. O “senhor”, pelo menospareceu-me que será, é um colega nosso espanhol, que falava exactamentesobre o tema que me andava a preocupar particularmente, os “meusmeninos que dormem mal”.

E como não há duas sem três, nem uma sem duas, no diaseguinte fiz uma primeira consulta a uma jovem mãe, nova na minha lista,com quem pude conversar calmamente, graças às minhas queridas, “tambémajudantes”, internas de MGF, que tinha exactamente aquele problema com asua filhota estando, de todo, em “burnout”, que me mostrou o livro docitado colega, que acabara de comprar.

Não resisti e também eu consegui que, um ”marido atento” eque adora comprar livros(!), rapidamente, me oferecesse o livrito de 84páginas que se lê num ápice e, parece-me que, se seguido à risca (efaz-me sentido que o seja), poderá dar resultados.

Tentei falar com a minha paciente para saber novidades mas, não me atendeu!

 

 

Outras leituras: “Uma mãe de verdade” por Judith Michael Editora O Quinto Selo, 2008

De Judith Michael, pseudónimo de um casal americano, elajornalista e ele engenheiro, é um romance de muito fácil leitura e que,aborda sentimentos e emoções contraditórios e complicados de gerir,vividos numa família.

Uma estudante de medicina abandona os estudos paraacompanhar os seus dois irmãos mais novos, depois de o pai ter morrido ea mãe estar incapacitada. Além dos três existe outro irmão, um jovemadulto que se afastara, tempos antes, dos graves problemas familiares,sem dar qualquer explicação ou notícias durante muito tempo. Seguiucaminhos difíceis e erráticos, voltando após ter “batido no fundo”.

Depois de muitas peripécias envolvendo, nomeadamente, adisputa dos irmãos mais velhos em relação aos mais novos, ele desviando,ela amparando/reparando os malefícios provocados em dois adolescentesfragilizados, até que aconteceu o que, por difícil que seja, por vezes éa única solução: “…se alguém não dá valor nem ajuda a sua família aser melhor ou mais feliz, na realidade se faz coisas que só tornam afamília mais infeliz, será justo dizer-lhe que não pode continuar afazer parte dela. As pessoas têm de trabalhar para serem bons membrosde uma família e ganharem o respeito dos outros, a admiração e até mesmoo amor.”

Esta reflexão parece-me válida, em desespero de causa nafamília e, embora com sentimentos de outra ordem, também em muitasoutras situações da vivência do ser humano na vida de relação, com tudo oque possa ter de doloroso…

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