Chocolate, um mal menor

Mariana Rio, USF São João do Porto


Publicado a 26 de março de 2012 no Archives of Internal Medicine, o artigo Association Between More Frequent Chocolate Consumption and Lower Body Mass Index veio fazer as delícias dos apreciadores de chocolate.

Ao chocolate associam-se benefícios metabólicos nos valores da pressão arterial, na sensibilidade à insulina e nos níveis de colesterol, todos estes relacionados com a Síndrome Metabólica. Além disto, também é rico em antioxidantes, tais como as catequinas. Sendo o Índice de Massa Corporal (IMC) mais um componente para o diagnóstico desta síndrome, foi estudado, através da avaliação do IMC, o efeito da ingestão frequente de chocolate, em quantidade moderada, na redução da deposição de gordura.

Foi avaliada uma amostra de 975 homens e mulheres, entre os 20 e os 85 anos, sem Doença Cardiovascular conhecida, Diabetes Mellitus nem Dislipidemia. Foi feito um ajuste de acordo com a ingestão concomitante de frutas e vegetais (associada a um IMC mais baixo), gorduras saturadas, atividade física, humor, idade e sexo. Os indivíduos ingeriram chocolate (28g) numa média de 2 vezes por semana, e simultaneamente realizaram atividade física (pelo menos 20 minutos de taquicardia) cerca de 4 vezes por semana.

A frequência de consumo de chocolate foi associada a um IMC mais baixo. No entanto, também se relacionou com maior ingestão de calorias e de gorduras saturadas e pior humor, cada um dos quais relacionados com IMC mais elevado. Não se encontrou relação entre a ingestão de chocolate e a atividade física.

Este artigo chegou à população geral através da impressa e a mensagem transmitida pode ter sido enviesada. É necessário fazer educação para a saúde, realçando a diferença entre “frequência” de ingestão e “quantidade” ingerida e não esquecer que o chocolate é frequentemente consumido como doce, sendo rico em açúcar e gordura.

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