Colonoscopia versus pesquisa de sangue oculto nas fezes

Por Mariana Rio, USF São João do Porto

Pergunta clínica: Qual a aceitabilidade e a fiabilidade da colonoscopia total e da pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF) no rastreio do cancro do cólon e do reto?

Comentário: A colonoscopia total, mais usada nos Estudos Unidos da América, é aceite como um dos exames de primeira linha para rastreio do cancro do cólon e do reto. A PSOF é mais usada na Europa e Austrália e é mais eficaz se for feita por testes imunológicos (FIT), comparativamente ao teste Guaiac. No entanto, é menos eficaz na deteção de neoplasia quando comparada com a colonoscopia total.

Neste estudo de 10 anos, uma ensaio clínico randomizado, foi comparada a realização de uma única da colonoscopia total com a PSOF bienal, como rastreio do cancro do cólon e do reto. Os primeiros exames foram realizados em 2011, estando o follow-up previsto até 2021. Os indivíduos aleatorizados para se submeterem a PSOF foram mais assíduos que aqueles que iriam efetuar a colonoscopia.

No que concerne à taxa de deteção do cancro do cólon e do reto, a PSOF foi semelhante à colonoscopia total. No entanto, a colonoscopia pois permitiu uma maior deteção de adenomas em estadio menos avançado (a maioria de baixo risco, com evolução imprevisível), qualquer que fosse a sua localização. Esta última foi também superior na deteção de adenomas avançados no cólon proximal. Porém, mais casos de tumores malignos poderão ser encontrados com a PSOF quando esta for repetida ao fim de 2 anos, podendo vir a superar a colonoscopia.


Conclusão: A colonoscopia deteta mais adenomas, mas a aceitabilidade da PSOF é superior, podendo por isso esta ser uma boa alternativa.

 

Artigo original: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1108895

 

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