Mariana Rio, USF São João do Porto
Para o diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) são utilizados os critérios de classificação criados em 1982 pelo Colégio Americano de Reumatologia (CAR), que foram revistos em 1997 (mas não validados). Estes critérios têm várias falhas: duplicação de sinais de lúpus cutâneo (fotossensibilidade e rash malar) e não inclusão de outras manifestações cutâneas, omissão das manifestações neurológicas do LES, dos níveis baixos de complemento e necessidade de inclusão dos anticorpos anti-fosfolípidos e inclusão de doentes sem critérios de doença auto-imune.Múltiplos grupos de trabalho tentaram aperfeiçoar estes critérios e neste artigo da Arthritis & Rheumatism, publicado a 8 de agosto de 2012, o CAR procurou melhorar os critérios que tinha criado. Vários critérios possíveis foram apresentados por médicos especialistas nos diferentes sistemas de órgãos afetados pelo LES e após sua derivação e validação foram identificados 17 critérios (ver artigo original para acesso à lista completa).
A. Critérios clínicos:1. Lúpus cutâneo agudo2. Lúpus cutâneo crónico3. Úlceras orais4. Alopécia não cicatrizante5. Sinovite6. Serosite7. Lesão renal8. Sinais e sintomas neurológicos9. Anemia hemolítica10. Leucopenia ou Linfopenia11. Trombocitopenia
B. Critérios imunológicos:1. Valores de anticorpos anti-nuclear (ANAs) acima dos limites de referência laboratoriais2. Valor de anticorpos anti-DNA de cadeia dupla (anti-dsDNA) acima dos limites de referência laboratoriais3. Anticorpos anti-Sm positivo4. Anticorpo anti-fosfolípidos positivo5. Fatores do complemento diminuídos6. Teste de Coombs directo.
Embora este conjunto de critérios não tenha sido testado para diagnóstico de LES, são simples, completos e estão validados para a sua utilização em investigação e na abordagem da doença.