Pneumotórax, dor abdominal funcional, emoções mascaradas e desporto especial

Espero encontrar-vos bem desse lado. Vamos ver o que 2022 nos traz e (mais importante ainda) o que nos leva… E esta é a única referência à COVID-19 que lerão nesta mensagem. Estamos todos fartinhos, não?

1. A primeira sugestão de leitura é um artigo do Journal of Pediatric Surgery sobre um tema que é alvo de grande discussão entre cirurgiões pediátricos e entre estes e os pediatras: Improving care through standardized treatment of spontaneous pneumothorax. Este estudo multicêntrico com os serviços de Portland, Akron e Columbus propõe um algoritmo interessante para uma abordagem menos invasiva do pneumotórax espontâneo. Adoption of a standardized treatment protocol for PSP led to a reduction in LOS, diagnostic imaging utilization, and cost without increasing clinical recurrence.

2. Outro tema para o qual não temos ainda uma resposta consensual é a dor abdominal funcional. O Evidencias en Pediatría faz uma revisão crítica muito completa de um artigo do American Journal of Gastroenterology sobre o papel das terapias comportamentais neste contexto: Tratamiento del dolor abdominal funcional: el debate eterno. Aplicabilidad en la práctica clínica: hay evidencia de que el tratamiento del dolor abdominal funcional se debe basar más en tratamientos no farmacológicos, como la terapia cognitivo conductual, que en el uso de fármacos. Sería deseable identificar qué factores harán que un niño evolucione mejor con un tratamiento respecto a otro para ofrecer a cada uno una opción individualizada.

3. Um artigo que me surpreendeu e de certa forma me enterneceu foi este do JAMA: The Role of Face Masks in the Recognition of Emotions by Preschool Children. Os investigadores colocaram crianças do pré-escolar perante diferentes fotografia (estáticas) de pessoas com máscaras e pediram para identificar as emoções correspondentes. Actual face masks depicted in static pictures were significantly associated with emotion recognition in healthy preschool children, although differences were small and effect sizes were weak (Cramer V ≤0.2). Joy was more often recognized and mistakenly chosen for anger or sadness, probably because of a positivity bias in children. Overall, participants in this study, who had been exposed to face masks for nearly a year, recognized emotions on pictures better than has been reported in previous research, even with face masks.

4. Por fim, recomendo-vos este podcast da AAP: Sports and Exercise for People with Disabilities. O tema do desporto em crianças (em especial das crianças com necessidades especiais) sempre me interessou. Estou mesmo a iniciar um projeto de investigação e pedagógica nesta área. Se estiverem interessados em debruçar-se sobre o tema ou se conhecerem alguém que nos possa ajudar neste tema, por favor digam-me.

Abraço,
João

Por João Moreira Pinto, MD PhD, Cirurgião Pediátrico
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Cirurgia Pediátrica, Centro Hospitalar Universitário do Porto | Hospital da Luz Arrábida/Guimarães | Hospital-Escola Fernando Pessoa

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