Óscar e a senhora cor de rosa

Leituras médicas & não só

Livro: “Óscar e a senhora cor de rosa” de Eric- Emmanuel Schmitt

Há uma série de livros importantes na minha formação médica, embora não tratem de temas médicos… Fazem parte desta série “A misteriosa chama da Rainha Loana” de Umberto Eco, “O homem que confundiu a mulher com um chapéu” de Oliver Sacks, ou “Quando Nietchze chorou” de Irvin D. Yalom.

Mas na hora de escolher um, não resisti à voz infantil do Óscar que, do alto da sua sabedoria de dez anos, diz:

“Chamo-me Óscar, tenho dez anos, peguei fogo ao gato, ao cão, à casa (acho que até grelhei os peixes vermelhos) e é a primeira carta que te mando porque dantes, por causa dos estudos, não tinha tempo. Desde já te aviso: detesto escrever. É mesmo preciso ser obrigado. Porque escrever é grinalda, pompom, rendinha, fita, etc. Escrever é apenas uma mentira que ornamenta. Uma coisa de adultos.”

Óscar é a personagem principal do livro “Óscar e a senhoracor de rosa” de Eric- Emmanuel Schmitt, que nos fala das cartas que um menino escreve a Deus, quando aceita um jogo proposto pela senhora corde rosa, vivendo cada dia como se esse dia valesse dez anos. Fala também de uma menina apaixonada pelas doenças, cujo livro preferido é o Dicionário Médico, onde não existem palavras importantes como morte, vida, fé ou Deus.

Óscar acha estranho que um livro tão sério como o Dicionário Médico só fale de coisas particulares, “problemas que podem acontecer aeste ou àquele sujeito. Mas não estão lá as coisas que nos dizem respeito a todos: a Vida, a Morte, a Fé, Deus.” A resposta da vóvó Rosa a esta questão explica porque é que partilho convosco este livro :

…as perguntas mais importantespermanecem perguntas. Encerram um mistério. A cada resposta devemos acrescentar um “talvez”. Só as perguntas sem interesse têm uma resposta definitiva.

Por Ana Ferrão

 

 

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