Estudo RCT: vitamina D em mulheres na pós-menopausa



Pergunta clínica: Nas mulheres em pós-menopausa, justifica-se o tratamento da insuficiência de vitamina D?

Desenho do estudo: Ensaio clínico aleatorizado e controlado, com dupla ocultação. Inclui 230 mulheres com idade ≤75 anos, sem diagnóstico de osteoporose e com níveis de vitamina D (25OHD) entre 14-27ng/ml. Foram criados aleatoriamente três grupos com terapêuticas distintas: grupo 1 medicado com placebo diário e placebo bimensal; grupo 2 com tabela que incluiu 800 UI de vitamina D3 diário e placebo bimensal e o grupo 3 com placebo diário em associação com 50.000 UI vitamina D3 bimensal. Pretendeu-se avaliar após um ano de suplementação o efeito: na fração total de cálcio (Ca2+) absorvido; na densidade mineral óssea (DMO); no fitness muscular (avaliado pelas ferramentas “Timed Up and Go” e “five sit-to-stand”); na massa muscular, na capacidade funcional e de atividade física (através do “Health Assessment Questionnaire/Physical Activity Scale for the Elderly”).

Resultados: Relativamente ao estadio basal, a absorção de Ca2+ aumentou 1% no grupo suplementado com a maior dose de vitamina D, mas diminuiu 2% naqueles com suplementação diária e 1,3% no grupo placebo.  Não se verificaram diferenças significativas entre grupos relativamente à DMO, na massa muscular ou na pontuação dos testes de fitness muscular. Do mesmo modo, não se verificaram diferenças relativamente ao número de quedas (ou indivíduos com quedas), na capacidade funcional.

Comentário: Embora a suplementação com vitamina D3 em alta dose aumente ligeiramente a absorção de Ca2+, tal não se traduz em benefícios clínicos para o doente de acordo com os resultados em estudo. Deste modo, este ensaio não suporta algumas recomendações que sugerem a suplementação por rotina com vitamina D em mulheres na pós-menopausa como forma de manter os níveis de 25(OH)D acima de 30 ug/ml.

Artigo original:JAMA Intern Med

Por Albino Martins, USF S. Lourenço 



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