Medição da pressão arterial – quem o faz e como o faz realmente importa

Por Vanessa Xavier, Centro de Saúde de Paranhos – UCSP Vale Formoso

No estudo “Definition of ambulatory blood pressure targets for diagnosis and treatment of hypertension in relation to clinic blood pressure: prospective cohort study” publicado no British Medical Journal, em Abril de 2010, chegaram à conclusão que as medições da pressão arterial (PA) efectuadas em consulta por uma equipa treinada e usando métodos de medição considerados como “gold-standard” são em média 6/3 mmHg mais altas do que as medições da PA em ambulatório (MAPA) e em média 9/7 mmHg mais baixas que as medições em consulta efectuadas por médicos. Este estudo sugere que as medições de PA obtidas na consulta por médicos são substancialmente mais elevadas do que as obtidas pela equipa treinada. Se confirmado, isso poderia ter um impacto profundo no diagnóstico e tratamento. Os valores limiar de diagnóstico e alvo terapêutico sugeridos neste estudo como equivalentes entre o MAPA e PA na consulta podem ser úteis para as consultas de referência hospitalar. Contudo, as orientações NICE não recomendam o uso rotineiro do MAPA (ou o uso de aparelhos de medição da PA no domicilio) nos cuidados de saúde primários porque a sua utilidade/importância ainda não está bem esclarecida. O que recomendam é que sejam usadas de forma rotineira, técnicas meticulosas de medição da PA pelos profissionais de saúde.

Artigo original: Head GA, et al. Definition of ambulatory blood pressure targets for diagnosis and treatment of hypertension in relation to clinic blood pressure: prospective cohort study. BMJ 2010;340:c1104

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