Livro: “O Centenário que Fugiu pela Janela e Desapareceu” de Jonas Jonasson
Já experimentaram deixarem-se levar pelo que vier a acontecer? Eu já. Temi durante os primeiros minutos e depois fiquei com uma boa história para contar.
Imaginem-se num grupo de 4 raparigas. É noite e estão numa cidade asiática, confusa, com muitas luzes e pessoas por todo o lado. Hipnotizadas pela ideia de “massagens tradicionais boas e baratas”, procuram um destino de relaxamento. Alguém olha para um beco escuro e sujo e vê néon a piscar “Asian massage”:
– Vamos ver ali!
Opção racional do resto do grupo:
– Pode ser que lá à frente encontremos alguma coisa mais… Diferente…
– Oh! Mas podíamos ir ver…
E lá vai o grupo, “ver”. O custo-benefício parece ser justo, tendo em conta os padrões locais, o tempo e o objetivo. 90 minutos passam. Ficou uma história para contar e muitas equimoses…
A propensão dos médicos em querer ter tudo sob controlo, a veia de perfeccionismo, em maior ou menor quantidade, prende-nos à tendência da monotonia, mais fácil e segura.
O livro “O centenário que fugiu pela janela e desapareceu” conta a história de um homem que toda a vida se deixou levar pelo inesperado, mesmo após saltar pela janela do lar em que habitava e fugir no seu dia de anos. Durante a história ele vai recordando excertos das suas aventuras, os encontros com Truman, Mao Tse-Tung, Lenine, entre outros, e como aproveitou todas as situações
Numa qualquer cidade asiática, ou num lar de idosos na esquina, há sempre lugar para o desconcertante e magnífico desconhecido. A gestão da incerteza nem sempre é fácil, mas dá o toque singular e de desafio aos pequenos casos e grandes situações da vida.
Mariana Rio, USF São João Porto