Olmesartan com "DOE", mas sem "POEM"?

Por Lígia Torres Lima, IFE MGF, USF S. João Sobrado

No ensaio ROADMAP verificou-se que o olmesartan retarda o aparecimento de microalbuminúria em doentes com diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) e normoalbuminúria. Este é um resultado orientado para a doença (disease-oriented outcome) que sugere um potencial efeito benéfico deste anatagonista dos receptores da angiotensina II (ARA II). Contudo, verificou-se a ocorrência de um maior número de eventos cardiovasculares (CV) fatais nos doentes sob tratamento com este fármaco, comparando com o placebo — 15 doentes (0.7%) vs. 3 doentes (0.1%) (P=0.01). Assim, este ensaio alerta para a provável existência de um risco superior de eventos CV fatais em doentes com DM 2 medicados com olmesartan, principalmente, se tiverem doença coronária (DC) pré-existente. No entanto, estes dados ainda não podem ser considerados definitivos, sendo necessário aguardar a sua avaliação pelas autoridades competentes.

Entretanto, esta informação reforça a recomendação de que os inibidores da enzima de conversão da ansgiotensina (IECA) deverão ser a escolha de primeira linha quando existe indicação para um fármaco inibidor do sistema renina-angiotensina, havendo maior evidência sobre a sua eficácia e segurança. A única vantagem dos ARA II em relação aos IECA é o menor risco de tosse. Desta forma, os ARA II estão indicados como alternativa aos IECA, quando estes não são tolerados.

Artigo original: Haller H, et al. Olmesartan for the delay or prevention of microalbuminuria in type 2 diabetes. N Engl J Med 2011;364:907–17

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