Por Pedro Azevedo, IFE MGF – USF Fânzeres
Esta revisão sistemática da evidência da U.S. Preventive Services Task Force, publicada no Annals of Internal Medicine em Setembro de 2011, tem como objectivo aferir se o ECG e o ECG com prova de esforço são exames indicados para o rastreio de alterações electrocardiográficas em indivíduos assintomáticos. Foram revistos artigos desde 2002 até 2011 na MEDLINE e Cochrane Library (até 2010) sendo seleccionados apenas ensaios controlados randomizados e estudos de coorte prospectivos.
Os estudos encontrados (sessenta e três) referiam uma associação entre a detecção de alterações no ECG e ECG com prova de esforço e o aumento do risco de eventos cardiovasculares após ajustamento para os factores de risco.
Na interpretação das implicações clínicas de estudos desta natureza é necessário algum cuidado. Assim, embora este estudo demonstre de facto que o ECG pode ser um exame efectivo na detecção de alterações em indivíduos assintomáticos, a revisão não esclarece se o mesmo traz benefício associado às intervenções após a descoberta das referidas alterações ou se são custo-efectivas. Este artigo não deve ser considerado como uma justificação para o uso do ECG como método de rastreio generalizado em indivíduos assintomáticos. Vale a pena pensar nisto.
Artigo original: http://www.annals.org/content/155/6/375.full.pdf+html