Antidepressivos não são mais eficazes do que o placebo nos doentes deprimidos com demência

Por Joana neto, IFE MGF, USF S João Sobrado

A sertralina e a mirtazapina, muito utilizados em doentes deprimidos com Doença de Alzheimer, não são mais eficazes que o placebo, de acordo com um estudo publicado no The Lancet.

Num ensaio duplamente cego, os doentes com Alzheimer e concomitantemente deprimidos foram randomizados em um dos três grupos – placebo, sertralina (dose alvo: 150 mg/dia), ou mirtazapina (45 mg/dia). Cada grupo tinha cerca de 100 doentes.

Às 13 semanas, os scores de depressão na demência não diferiam significativamente entre os grupos – todos mostravam melhoria nos scores. No entanto os efeitos adversos foram mais frequentes entre os antidepressivos.

Os autores concluem que “os medicamentos das duas classes de antidepressivos mais frequentemente prescritos na depressão dos pacientes com Doença de Alzheimer parecem não ser mais eficazes que o placebo” . Sugerem que estes medicamentos devam ser reservados para aqueles cuja depressão não resolve após 3 meses de seguimento pelos serviços especializados.

Artigo original: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(11)60830-1/abstract

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