Há algum médico a bordo?

Por Raquel Diz, UCSP Santa Maria II

Enquadramento: Cerca de 2,75 biliões de passageiros viajam em voos comerciais, em todo o mundo, por ano. Quando ocorrem emergências médicas a bordo o acesso aos cuidados de saúde é limitado.

 

Métodos: Foram revistas as chamadas de emergência médica a bordo de cinco companhias aéreas, de 1 Janeiro de 2008 a 31 Outubro de 2010. Caracterizaram-se os problemas médicos mais comuns e o tipo de assistência prestada durante o voo. Determinou-se a incidência de desvios da rota dos aviões e fatores associados, o transporte e admissão hospitalar e a incidência de morte.

 

Resultados: Foram registadas 11920 emergências médicas (uma emergência médica por cada 604 voos). Os problemas mais comuns foram a síncope ou pré-síncope (37,4%), sintomas respiratórios (12,1%) e náuseas ou vómitos (9,5%). Passageiros médicos prestaram assistência em 48,1% das emergências médicas a bordo e 7,3% dos voos foram desviados. De 10914 pacientes, 25,8% foram transportados para um hospital, 8,6% foram internados e foi observado óbito em 0,3% dos casos. Os motivos mais comuns de admissão foram provável acidente vascular cerebral (odds ratio 3,36; 95% intervalo de confiança [IC] 1,88-6,03), sintomas respiratórios (odds ratio 2,13, IC 95% 1,48-3,06) e sintomas cardíacos (odds ratio 1,95, 95% CI 1,37-2,77).

 

Conclusão: A maioria das emergências médicas durante os voos está relacionada com síncope, sintomas respiratórios ou gastrointestinais e frequentemente um médico a bordo presta assistência voluntariamente.


Leia aqui as recomendações para a assistência médica a bordo

Artigo original

  

A não perder
Menu