O grande desafio da "Qualidade"

Nos dias 9, 10 e 11 de Maio irá acontecer o 5º Encontro Nacional das USF, organizado e promovido pela USF-AN. Esta nova entidade social conta com cerca de 2300 associados e deve o seu êxito à sua razão de existir, as USF.

A missão da USF-AN, que tem sido representar, partilhar e desenvolver as equipas das USF, tem para o próximo triénio um novo e grande desafio, dinamizar a qualidade das USF.

Em 2007, o Despacho n.º 24101 previu que as USF modelo B tivessem uma participação no processo de acreditação, num período máximo de três anos. Passados seis anos, é evidente que não existe capacidade oficial para promover a concretização deste objetivo e são muito poucas as USF acreditadas.

A acreditação das USF modelo B, assim como a criação de novas USF e a progressão para USF modelo B sofreu um desinvestimento por parte da administração. Compete às equipas e à USF-AN lutarem pelo relançamento da Reforma dos CSP. Para tal é fundamental investir na demonstração do que as diferencia, nomeadamente na forma como:

– se renovam e melhoram de forma contínua;

– garantem a inclusão e a participação das pessoas, capacitando-as e autonomizando-as;

– disseminam e partilham o conhecimento;

– obtêm resultados de satisfação e eficiência.

Em 2012, no 4º Encontro da USF-AN, foi lançado o “BI das USF” – seis fichas técnicas, que vale a pena revisitar em https://www.box.com/s/1d13b3f00b01a1b92fe0.

No 5º Encontro, nos dias 9, 10 e 11 de Maio, vamos voltar a desenvolver este tema, apresentando novidades sobre este dispositivo de gestão do conhecimento, que permite caracterizar as USF e qualificar o seu desempenho de forma integradora e multidimensional.

O “BI das USF” será baseado nos dados e na informação gerados na atividade das USF, organizando-os, estratificando-os e explicitando o seu inter-relacionamento.

Esta ferramenta permitirá demonstrar, de forma óbvia, aos responsáveis da administração de saúde e ao governo, o que são as USF, quais as suas principais características, quais os seus desempenhos e qual o seu impacto nos resultados em saúde.

A propósito da necessidade de compreensão do que são as USF, vale a pena revisitar aquilo que D. Swanson1 caracteriza como políticas adaptativas, das quais saliento:

– Fomentar a capacidade da sociedade, das comunidades e das organizações para a auto-organização e o networking social;

– Descentralizar a governação até ao mais baixo e efetivo nível de decisão;

– Incentivar respostas variadas às políticas implementadas para que desta diversidade surja a possibilidade de escolha de soluções alternativas e se potencie a inovação; e

– Implementar rotinas de avaliação, de revisão e de aprendizagem permanente.

 

A melhor defesa e o melhor ataque das USF é a qualidade, é a garantia de eficiência, de sustentabilidade, de resultados e ganhos em saúde.

É a melhor resposta proativa das equipas, face às ameaças e obstáculos…

Sabemos qual é o caminho, compete-nos percorrê-lo!


Bernardo Vilas Boas, Presidente da Direção da USF-AN

 

 

[1] – Swanson D, Barg S, Tyler S et al. Seven guidelines for policy-making in an uncertain world. In Creating adaptive  policies. A guide for policy-making in an uncertain world. Darren Swanson, Suruchi Bhadwal ed. New Delhi:Sage Publications.2009; 168 p.

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