Pergunta clínica: Perante um adulto com diarreia crónica, qual a melhor abordagem e investigação diagnóstica a implementar?
Enquadramento: A diarreia crónica é definida como alteração persistente da consistência das fezes entre os tipos 5 e 7 no quadro de fezes de Bristol e aumento da frequência mais do que 4 semanas (Bristol 5 – fezes aos pedaços moles, com bordas bem definidas; Bristol 7 – fezes totalmente líquidas).
Desenho do estudo: Actualização d orientações clínicas publicadas previamente em 2003 pela “British Society of Gastroenterology”. A evidência foi revista e foi incluída a opinião de peritos.
Resultados: As principais recomendações para a avaliação de adultos com diarreia crónica são:
a) história e exame físico detalhados, hemograma completo (seguido de ferritina se anemia), função tiroideia e serologia da doença celíaca;
b) testar fezes para Clostridium difficile, óvulos e parasitas e calprotectina (doença inflamatória anormal do intestino) e considerar um teste imunoquímico fecal;
c) Em pacientes com alteração do hábito intestinal, é sugerido realizar colonoscopia;
d) Se os sintomas persistirem é importante considerar referenciar o doente para investigação adicional. Outros testes podem incluir teste respiratório de intolerância à lactose, endoscopia por cápsula de vídeo, elastase fecal para má absorção de gordura e ressonância magnética para avaliação da pancreatite crônica.
Comentário: A diarreia crónica é habitualmente, um problema muito valorizado pelos doentes. Estas orientações clínicas podem ser um auxílio na tomada de decisão.
Por Ana Luísa Pires, UCSP Santa Maria II