Revisão USPSTF: rastreio de doença coronária por ECG




Pergunta clínica: Em adultos assintomáticos e com baixo risco cardiovascular, o rastreio de doença coronária por ECG traz mais benefício do que dano?

Enquadramento: As doenças cardiovasculares são a causa mais comum de morte nos Estados Unidos da América. A prevenção de eventos cardiovasculares através da modificação de fatores de risco é atualmente determinada pela avaliação de risco de doença cardiovascular com ferramentas como o Framingham Risk Score ou o Pooled Cohort Equations. Em 2012, a United States Preventive Services Task Force emitiu um parecer contra o rastreio de doença coronária com ECG em adultos de baixo risco.

Desenho do estudo: Revisão da evidência pela United States Preventive Services Task Force.

Resultados: Para adultos assintomáticos e com baixo risco de eventos cardiovasculares (risco a 10 anos < 10%), é muito pouco provável que as informações do ECG (em repouso ou de exercício) resultem numa mudança na categoria de risco do doente, avaliada pelos scores de risco. Possíveis danos estão associados ao rastreio com ECG de repouso ou de exercício, especificamente os potenciais efeitos adversos de testes invasivos subsequentes. Para adultos assintomáticos com risco intermédio ou alto para doença cardiovascular a evidência disponível é insuficiente para determinar até que ponto as informações do ECG em repouso ou de exercício complementam os modelos atuais de avaliação de risco de doença cardiovascular.

Conclusão: A United States Preventive Services Task Force não recomenda o rastreio com ECG em repouso ou exercício para prevenir eventos cardiovasculares em adultos assintomáticos com baixo risco (Força de Recomendação D). A evidência disponível é insuficiente para concluir relativamente ao risco-benefício do rastreio com ECG de repouso ou de exercício na prevenção de eventos cardiovasculares em adultos assintomáticos com risco cardiovascular intermédio ou alto.

Comentário:  O ECG, pode levar à realização de outros exames e procedimentos invasivos, que em última análise nada contribuem para a melhoria do prognóstico do doente. A aplicação de escalas de risco, envolvendo o doente neste processo, pode constituir uma oportunidade para demonstrar quais os fatores que influenciam o seu maior ou menor risco, podendo motivar o cidadão para um estilo de vida saudável.

Artigo original: JAMA

Por Andreia Ramalho, USF Sobreda 



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