Rita Rodrigues @ Orsa



Porque optaste por ir trabalhar para a Suécia? E em que localidade da Suécia estás a viver?

Tenho de confessar que a ideia de emigrar nunca foi algo que me tivesse passado na cabeça durante o meu internato em MGF. Sempre quis fazer estágios em Portugal e queria ficar no local onde me formei (situação que acabou por acontecer). No entanto, quando comecei a gerir uma lista sozinha na minha USF comecei a perceber que o stress no meu dia-a-dia estava a ser imenso e comecei a ficar um pouco frustrada. Não conseguia trabalhar nem ser como a médica de família que ambicionava e percebi que estava em burnout, apesar de nunca o ter admitido. Não tinha tempo para ver os doentes como eu queria. Ficava sempre com a sensação que devia ter dado mais, mas com o tempo que nos era dado, era quase impossível, na minha perspetiva, fornecer bons cuidados de saúde. Eu tentava, mas aí tinha sempre as consultas atrasadas e todos os dias saía sempre 2 ou 3 horas depois da minha “hora oficial”, para conseguir fazer tudo. Tinha a sensação que todos os problemas dos doentes tinham de ser resolvidos pelo médico, sentindo-me muitas vezes sozinha no meu local de trabalho. Ao mesmo tempo, não conseguia ter uma vida pessoal, pois passava a semana toda na USF e ao fim de semana tinha de dormir pois os meus níveis de energia estavam no final. E pensei: “É isto que eu quero fazer o resto da minha vida?”

O meu marido tinha acabado a especialidade em Medicina Interna e ele sentia o mesmo e não víamos as coisas a melhorar, antes pelo contrário. E começámos a temer não aguentar por mais tempo na nossa profissão, tendo até posto a hipótese de começar outra profissão, pois os nossos dias eram desgastantes e estávamos cada vez mais cansados e exaustos. Mas achávamos que era normal… Todos à nossa volta trabalhavam assim, por isso, não nos podíamos lamentar. Achávamos nós…

Um dia, visitámos uns amigos nossos na Suíça e vimos que era possível ser médico, trabalhar com qualidade e termos tempo para nós próprios. No entanto, a nós, a medicina na Suíça não nos atraía. 

Mas aí lembrámo-nos de uns amigos nossos que viviam na Suécia há 12 anos e enviámos um e-mail a perguntar como era a medicina na Suécia. Tudo o que nos descreviam parecia vindo de um sonho: consultas de 1 hora para cada doente, locais de trabalho com todo o material disponível, uma equipa multidisciplinar com apoio aos doentes (que funcionava!), possibilidade de fazer uma subespecialidade em Cardiologia (o meu marido desenvolveu esse interesse durante o internato e aqui na Suécia era possível subespecializar-se nessa área, sem ter de começar tudo de novo) e, ao mesmo tempo, ter uma vida pessoal, onde os hobbies e a família eram importantíssimos. Assim, no Verão de 2015, enviámos e-mails a vários hospitais e centros de saúde da Suécia. Claro que os grandes centros (Estocolmo, Mälmo, Gotemburgo) não responderam, mas tivemos algumas entrevistas no sul e centro da Suécia no mês seguinte, sobretudo em locais mais carenciados de pessoal. Quando aqui viemos às entrevistas não queríamos acreditar: aquilo que os nossos amigos nos falavam, era mesmo real e todos aqueles que conhecemos, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, funcionavam em equipa, tanto no hospital como no centro de saúde e apesar de trabalharem tanto ou mais do que nós, não tinham nem um décimo do nosso cansaço e stress, pois conseguiam cultivar os seus hobbies e ter tempo para a família. 

Fomos a alguns locais, mas aquele que acabámos por escolher foi uma pequena zona na região de Dalarna. Dalarna fica no centro da Suécia e é a “zona sueca mais sueca”, como os locais a descrevem. Ou seja, para os suecos, aqui é que é a verdadeira Suécia e onde se encontram todas as tradições. O meu marido ficou a trabalhar em Mora e eu escolhi um centro de saúde pequeno numa cidade chamada Orsa, com cerca de 6000 habitantes. Para além de termos gostado da zona, uma das razões da nossa escolha foi as condições que nos ofereceram nesta região. Suécia tem também uma falta enorme de profissionais de saúde, já que muitos médicos e, sobretudo enfermeiros, emigram para outros países. Dalarna é uma região muito necessitada e, por isso, oferece condições que nos agradaram, nomeadamente um curso da língua sueca totalmente pago e ajuda monetária para a mudança de Portugal para cá. Nenhum dos outros locais oferecia condições tão boas, daí também a escolha para esta zona.  


    
Centro de Saúde em Orsa


Há quanto tempo estás na Suécia e pensas ficar por muito tempo?

Nós estamos a viver na Suécia desde Janeiro de 2016. Quando mudámos para cá, nunca viemos com a ideia: “É só por alguns anos e depois vamos embora”. Viemos com um espírito de aventura e ver no que dava. Para já, a experiência tem sido muito boa. Entretanto, fomos pais pela primeira vez, por isso, para já, não tencionamos ir embora tão cedo. 

E se por acaso quisermos ir embora daqui, não tenho ideia de regressar a Portugal para já – tentaria talvez Noruega que fica aqui ao lado e também tem excelente condições. 

Apesar de adorar o nosso país, acho que trabalhar como médico em Portugal não é bom neste momento. Somos excelentes naquilo que fazemos e acho que a formação, pelo menos em MGF e Medicina Interna, que são as realidades que mais conheço, é das melhores da Europa. Mas não somos valorizados, nem pelas chefias, nem pelos doentes, e, no dia-a-dia, torna-se muito frustrante. 

Agora, quando vou a Portugal, consigo usufruir da minha família e amigos, do bom tempo e da comida, com muito mais sabor, pois sinto-me bem e não estou triste nem deprimida por causa do meu trabalho. 


Quais os aspetos mais positivos desta tua experiência?

A qualidade de vida no meu trabalho, sem dúvida. Aqui, voltei outra vez a gostar de ser médica e a perceber que consigo dar de mim como eu gosto, mas sem que isso me tire tempo da minha vida pessoal. Consigo trabalhar com excelentes condições e ter uma equipa que trabalha toda para o mesmo objetivo – fornecer os melhores cuidados de saúde a uma população. Também descobri a possibilidade de ter uma vida extra-profissão e consegui desenvolver mais hobbies cá – ter tempo para cozinhar, esquiar, andar de bicicleta, pelos bosques, andar de barco, enfim, estar em contacto com a Natureza. 



A turma do Curso de Aprendizagem da Língua Sueca


E negativos?

A saudade da família e amigos. Os suecos são um povo bastante diferente de nós. São mais fechados e é difícil entrar na sociedade, pois eles vivem muito “para dentro”. Demora muito tempo para os conhecer. Simpáticos, mas distantes. O facto de ter vindo acompanhada e ter começado num curso com outros colegas de outras nacionalidades tornou a situação menos complicada, pois fazíamos convívios entre nós. Mas apenas comecei a conviver com outros suecos quase 1 ano depois. Mas depois de “quebrado este gelo inicial”, são um povo extremamente simpático e afável. 

O clima frio e a escuridão no Inverno (e a claridade total no Verão) foi estranho ao início. Mas agora é algo que não me incomoda. Aqui tenho menos frio do que tinha em Portugal. 🙂 


O que pensas do Sistema de Saúde sueco?

O Sistema de Saúde Sueco não é, de todo, perfeito! Acho que há coisas que, no nosso SNS, funcionam melhor. No entanto, como não temos as condições ideais para o fazer, acabámos por não ter um sistema de saúde melhor. Para se perceber melhor, a Suécia está dividida em regiões e cada região é gerida de forma autónoma, ou seja, cada região é responsável pela gestão dos seus hospitais e centros de saúde. É isso que permite cada região poder contratar os profissionais de saúde que quiser, consoante a sua necessidade. Aqui não existe o conceito de um exame tipo Harrisson em que depois és colocado numa especialidade consoante a tua nota. Aqui, cada pessoa pode seguir a especialidade que gosta mais. Faz entrevistas nos hospitais onde quer e, consoante as necessidades, pode-lhe ser oferecido ume estágio. Se por acaso não tiver sido a escolha mais certa, pode facilmente mudar para outra até encontrar aquela que mais gosta. Daí não ser estranho haver internos com mais de 50 anos de idade a fazer um internato depois de alguns anos especialista. Pode também acontecer, se o interno não corresponder às exigências do serviço, que possa ser convidado a sair.

A Medicina Geral e Familiar é uma das especialidades nobres na Suécia. São os médicos mais necessitados e nem todos escolhem esta especialidade, por ser a mais difícil. É uma das especialidades mais bem remuneradas, tal como Psiquiatria, e certas regiões, como Dalarna, com grande necessidade, acabam por remunerar ainda melhor. 

Os Cuidados de Saúde Primários são a base do Sistema e aqui isso é mesmo verdade: os doentes não vão às urgências quando têm algum problema e não recorrem aos Cuidados de Saúde Secundários em primeiro lugar. Todos passam primeiro pelo centro de saúde. Aqui, há muito pouca medicina privada e as pessoas recorrem ao Sistema de Saúde público e sobretudo aos centros de saúde em primeiro lugar. 

O conceito de médico de família com uma lista própria também não existe (apesar de em algumas regiões, esteja a ser estudado essa vertente, mas ainda não é geral o conceito). No início, pareceu-me bom, pois não sentia o peso todo em cima de mim como em Portugal. Agora, não tenho bem a certeza se é o melhor, pois uma das grandes queixas cá, é a questão da continuidade (ou falta dela) nos cuidados de saúde. Os doentes sentem que andam muito de médico em médico e tem de estar sempre a repetir tudo. Eu, mesmo assim, quando consulto doentes que acho que devem ser vistos por mim outra vez, tento sempre marcar uma consulta de acompanhamento ou, pelo menos, efetuar um telefonema de controlo. 

No entanto, há coisas muito boas mesmo que, quando vim trabalhar para cá, melhoraram muito a minha qualidade de vida no trabalho: 

1. Os doentes, para marcarem consulta/pedir receitas/etc não precisam de ir fisicamente ao centro de saúde. Por isso, não temos as salas de espera cheias de gente com os doentes “a quererem dar uma palavrinha”. E isso traz um certo descanso. A sala de espera é separada do local dos gabinetes, pelo que conseguimos ir à casa de banho sem sermos abalroados por uma data de “recadinhos”. Quem atende os telefones são as enfermeiras que dão conselhos e ajudam os doentes, realizando uma primeira triagem. E isso é uma ajuda fantástica, pois elas sabem quem deve ser visto naquele dia, quem pode esperar mais alguns dias ou situações que podem ser resolvidas pelo telefone. Ou seja, não cai sobre o médico a decisão toda. Esta gestão da procura também contribui para o meu conforto quando iniciei funções. 

2. Sistema informático e processo clínico. O programa informático é apenas um e está lá registada toda a informação do doente, desde os diários clínicos, até aos exames complementares e referenciações. O software é igual no hospital e no centro de saúde, pelo que todos os médicos têm acesso à informação do doente. Os resultados dos exames complementares vêm diretamente para o médico que os requisitou (não é o doente que os traz em mão) e, por isso, conseguimos ver esses mesmos exames com calma e pensar no próximo passo, sem o doente estar à nossa frente a olhar para nós e termos que decidir tudo em 15 minutos.  

3. O contacto com os Cuidados de Saúde Secundários. Se temos alguma dúvida (referenciar ou não, por exemplo), podemos falar ao telefone com qualquer colega especialista no hospital da região que está disponível e o contacto com eles é sempre fantástico e são uma grande ajuda, evitando assim que o doente vá em vão ao hospital. Um exemplo perfeito é a Dermatologia, em que se tivermos dúvida podemos fotografar a lesão em causa e temos resposta quase imediata, muitas vezes evitando que o doente vá desnecessariamente ao hospital. 

4. As secretárias clínicas. As secretárias clínicas, literalmente, “salvam-me o dia”. Aqui, o médico não precisa de escrever no processo clínico. Aqui, cada médico tem um dictafone e, no final da consulta, dita a consulta toda, evitando assim, durante a observação e a colheita da história, interromper a mesma com o som do teclado. Em Portugal, quantas vezes eu sentia que o doente ficava incomodado quando eu tinha de escrever e ter dificuldade em prestar atenção ao que o doente dizia. No final da consulta, são as secretárias clínicas que escrevem tudo no processo. Se tivermos necessidade de efetuar uma tarefa burocrática, por exemplo emitir um relatório, basta ditar para esse dictafone, o que leva substancialmente menos tempo do que escrever. Com isto, consegui voltar a olhar para o doente e observar o doente com tempo, atenção, sem interrupção de computador na nossa relação. 

5. As enfermeiras. Não considero que a formação das enfermeiras seja superior à verificada em Portugal. No entanto, aqui, as enfermeiras são mais autónomas e isso facilita muito o trabalho do médico. Já falei das enfermeiras que fazem uma primeira triagem ao telefone, evitando assim que haja doentes que não precisam de cuidados de saúde ou precisam de cuidados de saúde mais diferenciados. Por exemplo, as enfermeiras podem seguir uma especialidade e trabalhar nessa área no centro de saúde. No meu centro, existem enfermeiras especialistas em saúde infantil, saúde materna, incontinência urinária, diabetes, cuidados continuados. Isso permite que certos doentes sejam seguidos pelas enfermeiras, não precisando de contacto médico apertado, pois as enfermeiras sabem mais e melhor dos assuntos de que são especialistas. 

6. A questão de nos tratarmos pelo nome e não pelos cargos que ocupamos. Todos nos tratamos pelo nome próprio e isso faz com que sejamos mais próximos e não há distância entre os elementos da equipa

7. “Assistente da prática clínica”. Existe um cargo cuja tradução literal é difícil. São elementos que não são enfermeiros, mas podem colher sangue, fazer ECG, fazem também algum trabalho de auxiliares, como ajudar na mobilização do doente, e até ajudar nas cirurgias e exames endoscópicos.   

8. Laboratório no centro de saúde. Ter a possibilidade de fazer toda e qualquer análise no centro de saúde, para seguimento ou diagnóstico, constitui também uma vantagem para o nosso trabalho.

9. Gestão da consulta. No meu centro de saúde, uma consulta de saúde de adultos/ acompanhamento de doenças crónicas tem a duração de 1 hora. Como disse anteriormente, há centros de saúde com regras diferentes. Uma consulta de agudos tem a duração de 15 minutos, mas antes, a enfermeira já colheu uma história clínica resumida e fez análises sumárias de acordo com a suspeita do diagnóstico. Por exemplo, se o doente recorrer por disúria, quando o doente é visto pelo médico, tem-se já o valor da PCR, temperatura e o resultado do Combur. Desta forma, temos tempo de observar o doente e não ter a sensação de que estamos a correr contra o tempo.  

10. Tempo administrativo contemplado no dia a dia. Na minha agenda, todos os dias é reservado espaço para procedimentos administrativos (referenciações, relatórios, receitas). Assim, não tenho de realizar essas tarefas nas minhas “horas livres” nem de as efetuar sob pressão ou “a correr”. Posso fazer as coisas com calma e, se algum dia achar que tenho o serviço acumulado, o que é comum antes ou após os meus períodos de férias, solicito um dia reservado quase na totalidade para procedimentos administrativos, de forma a manter todo o meu serviço cumprido e em dia.

11. Intervalo a meio da manhã e da tarde. Os suecos são conhecidos pela “fika” – é uma espécie de pausa que se faz no trabalho, de manhã e de tarde, cerca de 30 minutos em que todos os colegas se reúnem para um café e lanche. É excelente, pois quebra a rotina do dia-adia, melhora as relações no trabalho e permite descansar um pouco antes de um próximo doente. 

Em resumo, existem muitos aspetos positivos no meu trabalho e, tudo isto, faz com que eu tenha voltado a gostar de ser médica. 



Teambuilding: churrasco no local de trabalho


Da realidade que estás a vivenciar aí, o que gostarias de ver replicado em Portugal?

Às vezes, médicos amigos perguntam-me: “Mas, então o que é melhor aí do que aqui em Portugal?”. É difícil enumerar uma coisa só – são várias! 

Sempre tinha ouvido falar do método de trabalho do Norte da Europa, onde sempre ouvi dizer que as pessoas trabalhavam muito e produziam muito. É verdade, sim, porque durante as horas de trabalho, aqui trabalha-se bastante e até mais do que eu trabalhava em Portugal. Pode parecer que o facto de ver apenas 4 a 6 doentes por dia, é pouco, mas como tenho tempo administrativo e recebo resultados de exames complementares de muitos doentes, acabo por gerir 40 a 50 doentes diariamente. No entanto, mal termina o meu horário de trabalho, o trabalho termina mesmo e começa a vida pessoal, que é bastante respeitada. Ou seja, não se verifica o envio de relatórios, de planos de ação ou de outras solicitações laborais para o meu mail pessoal, nem existem tarefas para se fazer ao fim de semana. Não há telefonemas fora de horas, nem nas férias. Há respeito quando o trabalho acaba. Em contrapartida, durante o período de trabalho, estão todos sintonizados e orientados para o mesmo. Às 8h00, todos os profissionais de saúde entram no centro de saúde e temos uma reunião diária para discutir o dia.

Os próprios doentes também são diferentes. Os doentes têm muita responsabilidade pela sua saúde. São eles que gerem a renovação do receituário e são eles que gerem o agendamento das consultas, incluindo o agendamento das consultas de vigilância de doenças crónicas. Claro que há pessoas a quem é preciso efetuar essas marcações de seguimento, por exemplo, devido a défices cognitivos ou idade avançada. Os doentes sabem a medicação que fazem, estão muito interessados naquilo que fazem e são curiosos, fazendo perguntas sobre diagnóstico ou terapêutica, mas de forma construtiva e não de forma negativa. Os doentes conhecem os seus direitos, mas conhecem também os seus deveres. E eu, como médica estrangeira, fui bastante apoiada na língua e nunca me senti posta de parte pelas pessoas. Aliás, exatamente o oposto! Os doentes foram sempre positivos e quiseram sempre ajudar-me. 

Há muita coisa que é preciso mudar em Portugal para que os médicos voltem a sentir-se bem, sobretudo no SNS. Mencionei aqui apenas algumas coisas que eu gostaria de ver replicado. No entanto, para isso possa ocorrer, é necessária uma mudança de base no nosso sistema. A MGF tem de ser vista como a base dos Cuidados de Saúde e tem de ter condições para isso. Os médicos de família têm de ser valorizados e é necessário que deixem de ser vistos como os parentes pobres da medicina, quer pelos doentes, quer pelos colegas de outras especialidades. A acessibilidade dos doentes tem de melhorar e a educação para a saúde é algo extremamente importante. Mudando estas coisas mais básicas e de fundo, associada à implementação de algumas das medidas que aqui mencionei, então seria possível eu regressar a Portugal. No presente, eu não conseguiria regressar. Voltar ao ambiente stressante sem as condições adequadas de trabalho, seria regredir. Tenho muita pena, pois eu gostaria imenso de retribuir ao meu país o investimento efetuado na minha formação profissional e adoraria de ser médica onde me formei. 

Muito obrigado, Rita Rodrigues 🙂

Médicos portugueses pelo mundo
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