Roma

O bairro residencial da Cidade do México, onde Cuarón viveu durante a sua infância, é o epicentro escolhido pelo realizador mexicano para o seu último filme. O ponto de vista escolhido é o de Cléo, criada e ama numa família de classe média alta em plena crise e reconfiguração. Galardoado com o Leão de Ouro, “Roma” retrata um drama pessoal, feminino, com a intensidade do México nos anos 70 como cenário de fundo. Uma das memoráveis características do autor de “Gravidade” e de “Os Filhos do homem” é, como descreve Luís Oliveira no Ípsilon, o “efeito imersivo [através das] panorâmicas flutuantes que varrem os décores“. Bem sei que o ecrã gigante tem sempre um encanto privilegiado para os cinéfilos, mas se as novas plataformas permitem liberdade de autor, então deixemos as amarras das grandes produtoras de Hollywood dedicadas quase em exclusivo aos super-heróis da BD. “Roma” é sétima arte, independentemente do tamanho do ecrã. 
Por Luís Monteiro 

Meu caro co-editor e amigo Luís, não resisto a comentar este teu texto e este filme que te tocou. Concordo contigo, este filme é arte. É um filme diferente. Construído de forma diferente. Este filme é real. Eu diria mesmo: tão real que até magoa. Fere-nos. Apesar da serenidade da transição daqueles grandes planos, da serenidade das cores e dos sons, fere-nos. Este filme, é uma obra de arte. 
Por Carlos Martins

Filmes que tocam
Menu