Esta história não é do meu consultório. É de um consultório que povoa as minhas memórias de infância. A memória guarda a força do granito do edifício e…
Esta estória poderia ter-se passado há uns 100 anos. Nesta consulta, nada da moderna parafernália médica foi utilizada, mas a verdade é que aconteceu apenas há uma mão…
[Este é um relato que data do início da Primavera de 2021. Precisei desta distância temporal e do tanto que mudou entretanto para conseguir percorrer as memórias dessa…
“No dia seguinte ninguém morreu.” Como em todos os seus romances, Saramago oferece-nos um mote inverosímil para, de imediato, nos puxar para uma espiral de sucessões distópicas. Mais adiante,…
Naquela manhã, todo eu era Gregor Samsa [1]. A rotina pesava-me nas insectiformes patas. Uma chávena e um prato. Um casaco. Outro casaco. Os sapatos. As chaves. Semáforo. Escola. Um…
Estamos a entrar numa fase desafiante do momento actual e, se pouco tempo haverá para sequer debelar os desafios do presente, quanto mais pensar no futuro, ao menos,…
Recordando a frase de abertura do vertiginoso e lúcido romance de José Saramago, As Intermitências da Morte – “No dia seguinte ninguém morreu” – é justamente o que…
Só era médico há uns meses e ainda sem autonomia outorgada. Era-me mais fácil passar uma receita do que ficar a sós com os doentes, naquele espaço onde…